Esse foi um debate realizado entre Vitor e Mako à respeito da pergunta: Será que a atitude altruísta, que pensa no bem do próximo, é na realidade uma forma da pessoa pensar em si mesmo, pensando mais na sua necessidade de fazer o bem do que em satisfazer o outro?
Mako Abe:
Será essa a verdadeira força motriz de uma ação altruista? Qualquer um pode afirmar que nos sentimos bem ao ajudar alguma pessoa, mas os motivos para tal são diversos, desde culpa por ser rico, ou por aliviar uma possível consciência pesada, até simplesmente se comover com a situação de uma pessoa na rua. Mas acho que olhamos essa situação apenas de forma psicológica, sentimos um desconforto ao olhar um mendigo na rua claro (muitos já estão anestesiados com a visão rotineira), mas eu acho que muitas pessoas tem a consciência que aquilo não deveria acontecer e se ele pudesse aliviar um pouco o sofrimento dele ia ser bom, mas não pelo simples fato de se sentir bem, e sim dessa pessoa perceber que mesmo que inconscientemente que nós devemos e nos ajudamos por natureza própria, somos parte da mesma raça, do mesmo organismo planetário.
A minha visão de altruísmo e egoísmo é sim igual a sua Vitor.Respondendo a sua ótima pergunta “você acha que a natureza humana parte de qual dessas posições, ou das duas, ou de nenhuma?”, eu vejo o ser humano como um ser mutante, ele se adapta até quase sua essência dependendo das condições e filosofias em que vive e que acredita ou são impostas, mas quando toda a sujeira psicológica é limpa, toda o ambiente espinhoso é podado, veremos a verdadeira natureza do ser humano, no fundo somos animais, Freud mesmo desestabilizou o pensamento que somos seres racionais ao mostrar como tomos nossas decisões a partir das emoções como demonstrado pelo seu sobrinho com a criação da área de “Relações Públicas”.Eu penso que se deixarmos alguns seremos humanos que nunca entraram numa civilização, poluída como a nossa, sozinhos eles irão florescer como nunca, mas não necessariamente numa questão tecnológica mas na questão moral, de saber suprir todas as necessidades básicas dos seres humanos como comida, moradia, lazer, energia e claro o mais esquecido deles, um espaço para ser criativo, aí sim teremos uma sociedade moral e correta, que pela própria natureza de ser curioso iria crescer sem precisar de “ismos” para dizer para que lado andar e quais decisões tomar.
Acho que o ser humano tem por natureza a bondade e o desejo de se mover como um organismo junto com seu povo e seu planeta, a sociedade nos faz esquecer isso, pois faz mal para o nosso status quo e sucesso financeiro (um absurdo indivulgável). Podemos ver em vários lugares na europa que se recebe gente naturalmente em suas casas, e são tratados muito bem, na Índia é a mesma coisa, o visitante para eles é um deus praticamente, tratado como se fosse um rei, é muito questão de costume regional e filosofias pessoais, mas acho que elas nasceram do reconhecimento do que é certo, ou melhor dizendo, do que é natural do ser humano.
Gosto sempre de dizer que o “Humano” é algo criado por nós mesmo, tentamos ser isso esse alterego, quando na verdade essa idéia de alguém natural está em perfeita dissincronia com a sociedade, talvez por isso o número alarmante de pessoas com depressão e outras doenças e mal estares psicológicos.
É indubtável o fato de que os animais são bondosos, cães fémeas criam gatos filhotes, porcos se dão bem com cachorros, leões são amigos de biológos, tudo é questão do ambiente, é preciso apenas saber aflorar essa condição que já existe em nós.
Por isso acredito que somente a pessoa que se encontra “Suja” mentalmente faria algo altruísta pensando em si mesma.
(Eu, Mako, demorei muito tempo para responder)
Vitor Oliveira:
Olá. Bom, o tempo me fez perder um pouco do raciocínio hehehe. Assim, terei que seguir outro ponto de vista, pois acho que o que eu queria dizer já se esvaiu kkkkk.
Mako Abe:
No fundo eu acho que o ser humano é sim esse ser com infinitas possilidades, mas como todos sabem, depende do ambiente, da predisposição e claro da consciência da pessoa fazer disso algo bom ou ruim.
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